O que faz o Cirurgião do Aparelho Digestivo?
- Dr. Dirceu Valentini
- 24 de mar.
- 8 min de leitura
O Cirurgião do Aparelho Digestivo é o médico especialista no diagnóstico e tratamento das doenças relacionadas ao sistema digestivo.

O Dr. Dirceu Valentini Jr. é médico especialista em Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo.
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio do Sul (UFRGS).
Realizou residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Possui vasta experiência no tratamento cirúrgico das doenças que acometem o trato gastrointestinal.
Atualmente, atende nas cidades de Chapecó e Concórdia-SC.
Além da avaliação clínica do paciente, o cirurgião do aparelho digestivo é o médico responsável por realizar o tratamento cirúrgico de diversas doenças que acometem os órgãos do trato gastrointestinal.
A área de atuação do cirurgião do aparelho digestivo contempla desde procedimentos diagnósticos (como a endoscopia digestiva) até cirurgias de grande porte. Atualmente, quando conduzidas por um cirurgião habilitado, mesmo as cirurgias complexas podem ser realizadas por técnicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia e a cirurgia robótica.
Quando procurar um Cirurgião do Aparelho Digestivo?
Confira aqui alguns motivos para procurar o Cirurgião do Aparelho Digestivo:
Dor abdominal persistente ou recorrente;
Alteração do hábito intestinal (constipação ou diarreia);
Azia ou regurgitação;
Dificuldade ou dor ao engolir;
Vômitos persistentes;
Presença de sangue nas fezes;
Emagrecimento involuntário;
Hérnias de parede abdominal;
Obesidade sem resposta ao tratamento clínico.
Além disso, é comum que o paciente seja encaminhado para avaliação com o cirurgião após o diagnóstico da doença já ter sido realizado por outro médico (como o clínico, o oncologista ou o gastroenterologista).
Principais doenças tratadas pelo Cirurgião do Aparelho Digestivo
Diversas doenças que acometem os órgãos do sistema digestivo podem necessitar de tratamento cirúrgico.
Dentre as situações que devem ser avaliadas pelo especialista, podemos destacar:
Doenças do Esôfago: Refluxo Gastroesofágico, Hérnia de Hiato, Acalásia, Tumores Benignos, Câncer esofágico;
Doenças do Estômago: Úlceras Gástricas, Gastrites, Câncer Gástrico;
Alterações no Intestino: Obstrução Intestinal, Apendicite Aguda, Diverticulite Aguda, Câncer Colorretal;
Afecções do fígado e das vias biliares: Colelitíase (pedra na vesícula), Colecistite, Coledocolitíase, Tumores Hepáticos;
Problemas Pancreáticos: Pancreatite, Neoplasias do Pâncreas;
Hérnias de parede abdominal: Inguinal, Femoral, Umbilical, Hérnias Incisionais;
Obesidade sem reposta ao tratamento clínico.
Saiba mais sobre as principais cirurgias realizadas pelo Cirurgião do Aparelho Digestivo
Colecistectomia (Cirurgia para retirada da Vesícula Biliar)
A Colecistectomia é a cirurgia para retirada da vesícula biliar, podendo ser realizado por videolaparoscopia, com incisões pequenas, pouca dor e possibilidade de retorno precoce às atividades habituais do paciente.
Saiba mais sobre algumas indicações desta cirurgia:
Pólipos na vesícula: Crescimentos anormais da mucosa que se projetam da parede da vesícula biliar. Nem sempre causam sintomas, mas algumas características como o tamanho e a velocidade de crescimento podem sinalizar um risco aumentado de transformação maligna.
Colelitíase (pedra na vesícula): A presença de cálculos na vesícula, conhecida como colelitíase, é um problema comum que atinge de 5% a 10% da população. Os sintomas mais frequentes relacionados a essa doença são as crises recorrentes de dor no lado superior direito do abdômen, associadas a náuseas e vômitos, que ocorrem principalmente após a alimentação.

Além dos episódios de dor, a presença de pedras na vesícula pode predispor a algumas complicações:
Inflamação da vesícula (colecistite aguda): Em alguns casos, poder ocorrer uma inflamação aguda na vesícula biliar, geralmente causada pela presença de cálculos que obstruem a drenagem do órgão. Nesta situação, a dor é contínua e podem surgir sinais de infecção sistêmica, como a febre e alteração em exames laboratoriais. A cirurgia precisa ser realizada com brevidade (de urgência), além da utilização de antibióticos.
Pancreatite aguda: É uma inflamação no pâncreas decorrente da migração de cálculos da vesícula. Caracteriza-se por dor súbita e intensa na região superior abdominal, associada a náuseas e vômitos.
Coledocolitíase (migração da pedra para o canal principal biliar): Neste caso ocorre a obstrução completa da drenagem da bile produzida pelo fígado. Além da dor, o paciente também desenvolve icterícia (amarelão da pele, olhos e mucosas).
Pacientes que apresentam pedra na vesícula (colelitíase) devem procurar atendimento com o Cirurgião do Aparelho Digestivo. Quando planejado de maneira eletiva, o procedimento de retirada da vesícula e das pedras é realizado por técnica minimamente invasiva, facilitando a recuperação e evitando o surgimento de complicações.
Herniorrafia (Cirurgia para correção de hérnias da parede abdominal)
A Hernioplastia ou Herniorrafia é a cirurgia recomendada para o tratamento das hérnias de parede abdominal, tratando os sintomas e evitando que ocorram complicações potencialmente graves.
As hérnias são defeitos que ocorrem na musculatura da parede abdominal, permitindo a protrusão (saída) do conteúdo intra-abdominal em direção à pele. Podem acontecer em diversos locais da parede abdominal, sendo mais comuns na região da virilha (hérnia inguinal) e em cicatrizes de cirurgias prévias.

Confira alguns sinais e sintomas que podem indicar a presença de uma hérnia:
Abaulamento ou inchaço no local da hérnia (mais comumente na na região da virilha). A protuberância pode ser mais visível ao tossir, levantar objetos pesados ou realizar esforço.
Dor e desconforto;
Sensação de peso ou pressão na região da hérnia;
Queimação ou ardência no local.
Apesar de nem toda a hérnia abdominal necessitar um tratamento imediato, realizar precocemente a cirurgia de correção costuma ser a melhor opção.

Além do desconforto causado pelo abaulamento, existem alguns riscos relacionados à hérnia, como o encarceramento e o estrangulamento do conteúdo herniado. Caso o intestino fique aprisionado, é necessária uma cirurgia de urgência e eventualmente é preciso retirar o segmento intestinal acometido.
Além disso, as hérnias tendem a aumentar de tamanho com o passar do tempo, dificultando a realização de procedimentos menos invasivos para a correção do defeito.
Na hernioplastia é feita a correção do defeito na parede abdominal, geralmente associando-se a inserção de uma tela feita de material inabsorvível, com o objetivo de diminuir as chances de recidiva.
Atualmente, a grande maioria das hérnias de parede abdominal pode ser tratada por técnica minimamente invasiva (videolaparoscopia ou robótica). Dentre os benefícios da cirurgia minimamente invasiva, podemos citar:
Menos dor no pós-operatório imediato;
Risco de infecção diminuído;
Retorno mais rápido às atividades habituais.
Caso você tenha uma hérnia, procure um especialista! Apesar de nem toda a hérnia abdominal necessitar um tratamento imediato, realizar precocemente a cirurgia de correção costuma ser a melhor opção.
Fundoplicatura (Cirurgia para tratamento do Refluxo Gastroesofágico)
A cirurgia para tratamento da Doença do Refluxo é chamada de Fundoplicatura, sendo realizada por técnica minimamente invasiva.
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é causada pelo retorno de conteúdo do estômago para o esôfago. Azia e regurgitação são os principais sintomas desta doença.
Além do incômodo causado, a exposição crônica do esôfago aos ácidos produzidos no estômago pode gerar inflamação da mucosa. Em alguns casos, numa tentativa de se proteger, as células da região da transição esôfago-gástrica sofrem mutação, predispondo a ocorrência de câncer (adenocarcinoma).
O tratamento inicial geralmente envolve modificações no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, pode ser recomendado o uso contínuo de medicamentos para controle dos sintomas.
A cirurgia pode ser considerada uma alternativa quando o tratamento conservador não é eficaz em controlar os sintomas ou quando há complicações associadas à DRGE.

Algumas indicações para considerar a cirurgia incluem:
Falha no Tratamento Medicamentoso: Se os medicamentos não estão controlando adequadamente os sintomas ou se são necessárias doses elevadas a longo prazo, a cirurgia pode ser considerada
Nos casos em que há presença de Hérnia de Hiato ou defeito mecânico no Esfíncter Inferior do Esôfago
Complicações da DRGE: Como esofagite grave, estenose esofágica (estreitamento do esôfago) ou Esôfago de Barrett (uma condição precursora ao câncer esofágico)
Intolerância aos Medicamentos: Algumas pessoas podem experimentar efeitos colaterais intoleráveis com os medicamentos para refluxo ácido, e nesses casos, a cirurgia pode ser considerada.
Desejo do Paciente: Em alguns casos, os pacientes podem optar pela cirurgia devido à preferência pessoal ou à busca por uma solução mais definitiva. Isso se aplica principalmente para pacientes jovens que não desejam fazer uso crônico de medicamentos.
A cirurgia é realizada por videolaparoscopia e tem uma taxa de sucesso de até 95%, eliminando a necessidade de uso de medicações.
É importante ressaltar que a decisão de realizar a cirurgia deve ser feita em consulta com um cirurgião especializado, após uma avaliação completa da condição e consideração de todos os fatores individuais do paciente.
Cirurgia Bariátrica e Metabólica
A Cirurgia Bariátrica e Metabólica constitui um avanço histórico no manejo da obesidade e das doenças relacionadas ao excesso de peso. Sem dúvidas, um dos tratamentos mais revolucionários e bem-sucedidos da história da medicina!
Para pacientes que sofrem com obesidade severa, a cirurgia bariátrica segue sendo o tratamento mais efetivo, proporcionando não apenas perda de peso significativa e sustentada, mas também o controle ou a cura de diversas outras comorbidades associadas à obesidade.
A cirurgia bariátrica é indicada para os pacientes portadores de obesidade grave, para os quais os demais tratamentos disponíveis não foram suficientes para produzir melhora da saúde e da qualidade de vida.

O Dr. Dirceu Valentini Jr é médico especialista no tratamento cirúrgico da obesidade.
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Para saber mais sobre a cirurgia bariátrica, você pode acessar o nosso artigo sobre esse assunto: https://www.drdirceuvalentini.com/post/cirurgia-bariátrica-e-metabólica
Cirurgias para tratamento de neoplasias do Trato Gastrointestinal
Neoplasias benignas e malignas (câncer) podem ter origem em qualquer parte do sistema digestivo. Este sistema inclui diversos órgãos vitais, tais como o esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso (cólon e reto), fígado, vesícula biliar, vias biliares e pâncreas.
O Cirurgião do Aparelho Digestivo tem papel importante no manejo das neoplasias do Trato Gastrintestinal, podendo realizar desde procedimentos diagnósticos (como a Endoscopia Digestiva Alta) até cirurgias complexas para ressecção dos tumores.
Após a confirmação do diagnóstico, é fundamental que o paciente seja atendido por uma equipe multidisciplinar. O cirurgião do aparelho digestivo e o oncologista clínico são essenciais para definir a melhor conduta em cada caso. Além da cirurgia, o tratamento pode envolver quimioterapia e/ou radioterapia.
Esofagectomia: É a cirurgia para tratamento de neoplasias localizadas no esôfago.
Gastrectomia: Tratamento de tumores gástricos.
Hepatectomia: Ressecção de lesões no fígado.
Pancreatectomia: Para tratamento de neoplasias pancreáticas.
Colectomia: Cirurgia para ressecção de tumores do intestino grosso.
Enterectomia: Ressecção de segmentos do intestino delgado.
O diagnóstico precoce aliado a um tratamento adequado pode levar ao controle, e muitas vezes à cura, da doença.
Cirurgias de urgência e emergência
Diversas doenças que acometem o sistema digestivo podem necessitar de tratamento cirúrgico de urgência.
Alguns exemplos incluem:
Apendicite Aguda
Obstrução Intestinal
Colecistite Aguda
Perfuração de vísceras ocas (estômago, intestino delgado e grosso)
Sangramentos gastrointestinais
Isquemia Mesentérica
Mesmo em situações de urgência, o paciente pode ter benefício com a utilização de técnicas minimamente invasivas, como a videolaparoscopia. Por isso, é fundamental que o atendimento seja realizado por um especialista.
Para saber mais detalhes sobre os principais procedimentos realizados e quais são os sinais e sintomas de alarme, você pode clicar aqui: https://www.drdirceuvalentini.com/post/dor-abdominal-quando-devo-me-preocupar
Politrauma e trauma abdominal
O Cirurgião Geral e do Aparelho Digestivo também está habituado a realizar o atendimento de pacientes politraumatizados, principalmente nos casos de trauma abdominal.
Nesta situação, o atendimento precisa ser imediato e muitas vezes a cirurgia precisa ser realizada com emergência.
Importância do Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo
A complexidade das doenças digestivas e das técnicas cirúrgicas envolvidas exige um profissional especializado e bem treinado. O cirurgião do aparelho digestivo deve atuar de maneira integrada com gastroenterologistas, oncologistas, radiologistas, endocrinologistas e nutricionistas, garantindo uma abordagem multidisciplinar que proporciona ao paciente os melhores resultados possíveis.
Ao procurar um especialista em cirurgia do aparelho digestivo, é importante verificar sua formação acadêmica, experiência prática e atualizações constantes na especialidade, garantindo segurança, eficiência e qualidade no atendimento prestado.
Com o avanço contínuo da medicina, a cirurgia digestiva segue evoluindo, oferecendo soluções cada vez mais eficazes e menos invasivas, assegurando uma recuperação rápida e maior qualidade de vida aos pacientes.

Dr. Dirceu Felipe Valentini Junior
Médico CRM-SC 32195
Cirurgião Geral - RQE 21765
Cirurgião do Aparelho Digestivo - RQE 21667
Cirurgião Bariátrico - RQE 24048
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